• Faça você mesma

    Confira abaixo nossa metodologia de ação e compartilhe a sua

    Sabemos que o isolamento social pode dificultar ações exercidas diariamente por lideranças em suas comunidades.

     

    Também sabemos que isto acontece justamente em um momento em que falar de garantia de direitos, saúde, vida e bem-viver se torna mais difícil.

     

    Mas acreditamos que a ação da sociedade civil organizada junto com lideranças e a partir do legado de mulheres negras é a chave para transformação, inclusive em tempos de Covid-19.

     

    Mobilizadas pela necessidade do agir coletivo para impedir perdas e denunciar violações, compartilhamos nesta área a metodologia do "Agora é a Hora!" e convidamos você a compartilhar a sua metodologia para criarmos um banco coletivo de metodologias de ações emergenciais.

    broken image
  • Nossa Metodologia

    1º PASSO:

    Estruture as áreas de ação do projeto:

    O projeto “AGORA É A HORA! EM DEFESA DOS DIREITOS DAS MULHERES NEGRAS” buscou a articulação de diferentes grupos e instituições para o desenvolvimento de uma metodologia que permitiu integrar duas áreas de ação:

     

    broken image

    Ações Humanitárias Emergenciais:

    Através de entrega de cestas básicas, materiais de higiene e outros mantimentos

    broken image

    Ação Política para Defesa de Direitos:

    ação de monitoramento e denúncia das perdas em direitos humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais e das violências vivenciadas pela população negra, em especial mulheres negras.

    Nos concentramos em viabilizar o acesso de mulheres negras, suas famílias e comunidades, ao auxílio emergencial, removendo as barreiras e as violações dos direitos através da articulação com os serviços públicos locais de responsabilidade dos governos municipais e estaduais; serviços do sistema de Justiça e outras organizações locais.

     
    A partir da execução das atividades foi possível compreender o atual contexto de outras graves violações de direitos e violências vividas por mulheres negras atendidas, tais como aumento da(s): violência doméstica e familiar; inseguridade alimentar; situações de desemprego e diminuição de renda; barreiras para acesso à saúde, educação e assistência social (como CadÚnico e bolsa família).

    DICA #1

    Para estruturar as áreas de ações sugerimos que você, seu grupo e organização identifique quais são os principais problemas enfrentados tanto na atenção humanitária emergencial, quanto na defesa de direitos.

    DICA #2

    É importante mapear os problemas enfrentados para acessar direitos, tanto individuais e coletivos, como, por exemplo, as barreiras para acessar o auxílio emergencial. Também é importante registrar e disseminar a experiência destacando boas práticas e lições aprendidas na resolução dos problemas.

  • 2º PASSO:

    Parcerias e Lideranças

    Para a concretização da metodologia foram essenciais as parcerias nas diferentes etapas de trabalho virtuais e presenciais. Mapeamos parcerias para construir o projeto com a gente no seguinte caminho:

    broken image
  • 1

    Mapear possíveis parcerias com outras lideranças, apoiadoras e organizações;

    2

    Convidar parceiras para planejar ações e delimitar o que se propõe impactar e que transformações pretendem realizar;

    3

    Não esquecer de construir um plano de estratégias para captar recursos e entender como cada parceira vai atuar;

    4

    Criar espaço para conversas e reuniões periódicas para alinhar o planejamento e distribuir responsabilidades;

  • DICA #3

    Para identificar outras lideranças nos territórios, avaliem o poder de articulação, movimentação e comunicação da mesma no território. Lideranças são aquelas pessoas que constroem e ou organizam as formas de sobrevivência, articulam os espaços para as vivências coletivas e mobilizam energias quando a comunidade enfrenta problemas, riscos e ou busca melhorias de vida. Lembre-se que a principal potência desta metodologia é fortalecer as lideranças que já agem nos territórios.

    DICA #4

    É importante que as ações ou projeto possuam sustentabilidade de recursos para remunerar e repor os gastos que as lideranças e apoiadoras façam para transportar doações, acessar a internet para articulação, chegar a órgãos públicos.

    DICA #5

    Lembre-se que em todas as etapas, o protagonismo das lideranças nas decisões será fundamental para garantir a identificação e solução dos problemas para o acesso aos direitos e benefícios. As lideranças também serão centrais na articulação e diálogo com as instituições públicas nas soluções dos problemas.

  • 3º PASSO:

    Atenção às ferramentas tecnológicas para formação política e acompanhamento das ações

    broken image

    Durante o período de isolamento social em razão da crise sanitária da Covid-19, a comunicação via internet é chave para o planejamento e desenvolvimento de parte das ações.

     

    A partir do primeiro contato é importante manter a conversa periódica durante o desenvolvimento da ações. Tanto para reforçar os conhecimentos trocados, agendar reuniões e repassar informações urgentes.

     

    O Whatsapp e o telefone são instrumentos essenciais para a preservação dos laços com lideranças e apoiadoras.

     

    A internet irá permitir as conversas, monitoramento, a transferência de informações e realização de formações, com proteção de todas as pessoas envolvidas.

     

    A tecnologia também pode ser uma aliada na construção de uma plataforma para centralizar dados e informações estratégicas para a identificação das violências e direitos violados.

     

    Veja o exemplo de nossa plataforma: www.agoraeahora.org/cadastro

    DICA #6

    Preveja recursos em seu projeto para pagamento de créditos de internet das lideranças e apoiadoras, compra de aparelhos de celular para as lideranças e apoiadoras que necessitarem.

    Dica #7

    Preveja recursos para formações em redes online como skype e zoom. Nós realizamos formação sobre o Sistema Único de Assistência Social, formação em saúde e cuidados de saúde para ação das lideranças, formação em tecnologia da informação (para ensinar e aperfeiçoar o uso de redes sociais e plataformas do projeto).

    DICA #8

    Também podem ser realizados plantões para resolução de problemas e de dúvidas das lideranças, durante toda a execução do projeto. Os plantões são dias (de 3 a 5 dias) reservados para atender prioritariamente as lideranças e apoiadoras a fim de monitorar a execução do projeto, dados e informações colhidos.

  • 4º PASSO:

    Mapeamento de mulheres negras nos territórios e através das lideranças

    broken image

    Com o apoio das lideranças, mapeamos grupos de mulheres negras em situação de vulnerabilidade tanto no acesso aos direitos, quanto expostas à violências institucionais e interpessoais.

    #Dica9

    Destacamos alguns grupos que podem estar vivenciando vulnerabilidade acentuada neste momento: diaristas, domésticas, catadoras, camelôs, cuidadoras, mulheres lésbicas, bissexuais, trans e travestis, familiares de pessoas encarceradas e cumprindo medidas socioeducativas, mulheres que sobreviveram ao sistema prisional, mulheres em situação de prisão, usuárias de drogas, prostitutas/profissionais do sexo, mães que perderam seus filhos das favelas e bairros periféricos, produtoras rurais, quilombolas, ribeirinhas e pescadoras.